Vida de bibliotecária, uma década de atuação.
Hoje é o último dia de 2019.
Escrevo esse relato com alguns meses de atraso do dia que fui convidada pelo Bibliovagas para descrever algo sobre a minha experiência profissional em biblioteconomia.
Ser bibliotecária (nem sabia o que era e muito menos sabia pronunciar o nome rs)… Foi um presente que a vida me deu. E humana que sou, tenho algo que sei é um sentimento interno que tentamos esquecer, camuflar ou fingirmos que não possuímos chamado de EGO.
Sim somos seres humano profissionais pertencente aos Conselho Regionais de Biblioteconomia – CRB (cada um em seu estado), com um número que correspondente você indivíduo com algarismos referente ao seu conselho, com diplomas de instituições públicas e privadas, com grades curricular teóricas, porém, com esse conjunto todo vêm algo implícito chamado EGO. Que desde o início da sua graduação, passando por toda a sua trajetória acadêmica com o convívio de seus professores e colegas de estudos, até o exercício no dia a dia da profissão acompanha no seu desenvolvimento no mercado de trabalho que somos infelizmente uma classe individualista.
Esse fato e essas palavras, não são fáceis de escrever, pois, um dos princípios de um bibliotecário é compartilhar e disseminar a informação. Agregando e ajudando a todos que precisam a buscar o conhecimento necessário perante a sua necessidade.
Sei que parece algo e palavras fortes para descrever sobre uma profissão que me acolheu e escolhi para desenvolver, aprimorar, aprender e as teorias variadas do período de Gutemberg, Ranganathan, até utilizar as ferramentas do Marc 21, Inteligência Artificial e softwares cada vez mais elaborados para ser precisos na necessidades do usuário.
Porém, nesse próximo ano completo uma década de bacharelado e junto com ele um caminho que fui descobrir com os passar dos anos, era uma das minhas crenças e hoje não me vejo realizando outra atividade. Na verdade, busco me aprimorar como pessoa e profissional. Uma descoberta que tem uma escola que não tem pontuação no MEC, mas, tem o método de ensino duas formas: pelo amor ou pela dor.
Na minha história as duas andam lado a lado, e com o passar dos anos fui aprendendo a lidar com essas duas metodologias.
Antes de sair da universidade abri um CNPJ e me tornei uma empresária (sem saber nada de gerenciamento de empresa, tive materiais na faculdade sobre administração de bibliotecas).
Não vou me prolongar nessa história, porém, com essa minha jornada descobri algumas coisas: sou bibliotecária tenho orgulho e quero que a minha profissão tenha o devido respeito e valor que merece, porém, descobri duas novas nomenclaturas que vejo com um ar mais amplo e realista com as necessidades de hoje: sou uma profissional da informação (que gerencia; organiza; recupera; preserva; protege; busca a veracidade da informação e compartilha conhecimento com seus colegas e usuários/clientes) e uma empreendedora que tem objetivo de fazer uma atividade difícil em viável e executável, nos seus projetos responsáveis ou contratadas.
Amo realizar todo o processamento técnico de um bibliotecário: catalogação; classificação; indexação; criar vocabulário controlado; taxonomias; tesauros e principalmente uma das principais bases da nossa profissão que é estudo do usuário (fácil diariamente). Além das questões arquivistas que tive a teoria na universidade, mas, o que aprendi na prática não existe em manual algum (indentificar, higienizar, restaurar, digitalizar e etc). Além, do grande aprendizado que é liderar uma equipe, conhecimento esse que é constante todo dia é uma caixinha de surpresa, pois, lidamos com seres humanos (igual abrir aquelas caixas em fundo de arquivos sem inventário rs). Esse é um momento onde temos que lidar com o ego alheio (ensinar, mostrar comprometimento e principalmente mostrar respeito pela informação e os dados contínuo nos suportes documentais trabalhados) e também, com o nosso próprio. É muito fácil se perder nas “glórias” de metas alcançadas em outros projetos.
E nesse momento que podemos ser “traídos” pelo seu companheiro de trabalho que você treinou dedicou. E tem a impressão que é muito fácil gerenciar um projeto (público ou privado), uma empresa (com todos seus deveres e burocracia), seus conhecimentos teóricos e práticos quando você percebe que precisa se aprimorar em algum assunto e principalmente lidar com pessoas (equipe, colaboradores, fornecedores, família, amigos e com você e as suas próprias convicções e dores emocionais – já que você é um ser humano de carne osso e tem sentimentos ).
O empreendedorismo é uma das minhas grandes paixões (não vou negar a questão financeira), mas, quando temos outras pessoas que depende de você não virá o seu principal foco. Você busca um giro financeiro que seja satisfatório para todos ao seu redor.
Mas, planejar e executar um projeto do começo ao fim é uma emoção indescritível e entregar aquilo que foi planejado é gratificante. E poder honrar e espalhar uma profissão tão importante, porém, sem a devida valorização e conhecimento no mercado como deveria, me faz querer estudar e realizar os meus projetos como bibliotecária e empreendedora com respeito aos dados e informação das pessoas e compartilhar e aprender as experiências dos meus colegas profissionais da informação. Pois, hoje é o que percebo que devemos fazer, deixar o EGO e as nomenclaturas um pouco de lado e pensar no intuito e dever que temos… Que é viabilizar a informação independente do seu suporte e seu usuário.
Não vou fingir a nova interação que está acontecendo com os profissionais da nossa classe nas redes sociais. Mas, acredito que essas novas parcerias devem acontecer também com relacionamentos e encontros no modo “tradicional”: pessoalmente / fisicamente.
Acredito que é uma forma de amadurecer essa nova fase da biblioteconomia, arquivologia, museologia, história, tecnológia da informação enfim toda a cadeia dos profissionais da informação. Já que temos o mesmo interesse que é a informação que se transforma em conhecimento … E frases que nunca esteve tão em evidências: informação é o petróleo dos dias atuais … E conhecimento é poder!
Estou numa nova fase de ensino e aprendizado… Percebi que a Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD , tem padrões que interagem muito com os meus princípios e da minha empresa. Então é uma nova aventura e estou ansiosa para compartilhar e trocar informações com todos vocês sobre o assunto e os demais que fazem a nossa área ser tão dinâmica e muito para a sociedade e o mercado de trabalho. Então vamos divulgar nossas práticas.
Agradeço pela oportunidade.
Com incerteza e acertos:
Thamiris Brasca
Diretora Técnica da Atena Informação
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